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Boro e Sashiko: Técnicas Japonesas de Reparo que Transformam Tecidos em Arte

Atualizado: 5 de jul.

Reprodução de antigo quimono japonês apresentando as técnicas de Boro e Sashiko. Exibido em 2014, na Somerset House, Londres. Fonte: reprodução da internet. Favor entrar em contato para os devidos créditos.
Reprodução de antigo quimono japonês apresentando as técnicas de Boro e Sashiko. Exibido em 2014, na Somerset House, Londres. Fonte: reprodução da internet. Favor entrar em contato para os devidos créditos.

Em meio ao consumo excessivo, à crise climática e às incertezas econômicas, ideias como reaproveitar, valorizar o que já existe e consumir com mais consciência ganham cada vez mais força. Nesse cenário, duas antigas tradições da cultura japonesa vêm conquistando corações e ganhando espaço na decoração, na moda e no artesanato contemporâneos: o Boro e o Sashiko (pronuncia-se “bô-rô” e “sá-shi-kô”). Mais do que técnicas têxteis, essas práticas carregam histórias de resistência, ancestralidade e beleza, que atravessam gerações.


O Japão e a Beleza do Imperfeito: Wabi-Sabi


Antes de mergulharmos no universo dessas práticas tradicionais japonesas, vale a pena contextualizar um traço marcante de sua cultura: o apreço pela beleza do imperfeito, do usado, do vivido e sua valorização através dos tempos. Esse conceito é conhecido como wabi-sabi, uma filosofia estética que valoriza a transitoriedade, a imperfeição e a simplicidade.


Objetos cotidianos marcados pelo tempo: chaleira oxidada, vasilhame reparado com Kintsugi e mesa de madeira antiga, repassada entre gerações — um retrato visual da filosofia wabi-sabi. Fonte: reprodução da internet (Favor entrar em contato para devidos créditos).

 

No wabi-sabi, há uma reverência pelas marcas do tempo. Um vaso trincado, uma madeira envelhecida ou um tecido remendado não são vistos como objetos que não servem mais, mas como peças valiosas e belas, justamente por suas histórias e cicatrizes do tempo. Esta filosofia nos convida a mudar o olhar: a ver valor onde antes víamos defeito, a cuidar, reparar e dar importância ao que já temos.


Contexto Histórico


As origens do Boro e do Sashiko remontam ao período Edo (1603–1868), época em que o Japão viveu sob intenso isolamento comercial e cultural, o que provocou grandes dificuldades para a economia do país. A escassez de matérias-primas, especialmente nas regiões rurais, consolidou a filosofia oriental do mottainai — que traduz um respeito e lamento pelo desperdício de recursos. Qualquer material era considerado um bem muito precioso, e os tecidos também entravam nessa lista.


O algodão, por exemplo, já era cultivado no sul do Japão desde o século XVI, mas era um tecido de luxo, acessível apenas aos muito ricos. As pessoas mais pobres usavam tecidos caseiros feitos de cânhamo, urtiga e rami, tingidos de azul, marrom, cinza ou preto — as únicas cores permitidas para plebeus na época. Já os quimonos suntuosos, feitos de sedas e com cores vibrantes, eram exclusivos da aristocracia japonesa.


1. Cenas de trabalhadores rurais japoneses, usando os tradicionais quimonos para trabalhar a lavoura (1896). 2. Família de camponeses no início do período Meiji. 3. Mulheres trabalhando em tecidos. Fonte: reprodução da internet (Favor entrar em contato para devidos créditos).


Mais leve e quente do que esses materiais, o algodão era altamente valorizado. No sul do país, mais desenvolvido, roupas de algodão “desgastadas” se tornaram tão valorizadas que, quando descartadas, eram recolhidas por comerciantes para serem revendidas no norte do país, menos desenvolvido e de clima mais rigoroso, aos plebeus das zonas rurais, para quem o tecido de algodão era raro e caro.


Imagem reproduzindo cena de comerciante negociando com camponeses pedaços de tecidos para reparos. Fonte:  imagem própria, gerada por IA.
Imagem reproduzindo cena de comerciante negociando com camponeses pedaços de tecidos para reparos. Fonte:  imagem própria, gerada por IA.

Fragmentos dessas peças eram comprados e então costurados, em camadas, nas roupas, colchas e capas de futon. Esses retalhos costurados também eram reforçados com pontos visíveis, o que mais tarde evoluiu para os padrões do Sashiko. Dessa forma, as famílias de camponeses ou pescadores colocaram os fundamentos da sabedoria mottainai  em prática e encontraram formas de manter suas roupas e cobertores em uso pelo maior tempo possível. Essas peças eram, muitas vezes, passadas de geração a geração, como relíquias de famíliia.


Até o início do período Meiji (1868-1912) as práticas de Boro e Sashiko ainda eram bastante comuns. Mas, quando o Japão iniciou seu processo de industrialização e seu ciclo de prosperidade, a necessidade de conservar peças de vestuário foi naturalmente diminuindo e, aos poucos, essas artes foram sendo deixadas de lado, principalmente em seu processo artesanal original, feito manualmente, sendo substituidas por padrões manufaturados. Em muitos casos, as peças antigas, herdadas através de gerações, eram vistas como uma vergonha para a família, pois atestavam seu passado plebeu. Assim, a grande maioria era descartada e esquecida.


Boro: A Arte do Reaproveitamento


O termo Boro (ぼろ) deriva da palavra japonesa Boromono, que significa "farrapos", e se refere à técnica de remendar e reformar roupas e tecidos repetidamente com pedaços de tecido reaproveitados de outras peças, com o objetivo de prolongar sua vida útil.


Colcha Boro – o verso da peça é o lado mais interessante, pois é possível ver como os retalhos foram unidos e as costuras realizadas. A frente geralmente apresenta um azul o mais uniforme possível, com pontos minúsculos para esconder o fato de ter sido feita com sobras de tecido. Fonte: reprodução da internet (Favor entrar em contato para devidos créditos).
Colcha Boro – o verso da peça é o lado mais interessante, pois é possível ver como os retalhos foram unidos e as costuras realizadas. A frente geralmente apresenta um azul o mais uniforme possível, com pontos minúsculos para esconder o fato de ter sido feita com sobras de tecido. Fonte: reprodução da internet (Favor entrar em contato para devidos créditos).

A prática do Boro envolve a costura de vários retalhos que vão se sobrepondo, por cima do tecido original de uma peça têxtil, tanto para cobrir rasgos quanto para reforçar tramas muito gastas. Os tecidos e retalhos de peças mais antigas eram guardados e repassados nas famílias, de geração em geração, que acrescentavam camadas extras às camadas anteriores, tornando os tecidos mais resistentes e quentes para o inverno. Uma peça muito antiga possuía tantas camadas, que se tornava difícil estabelecer qual era o tecido original. O Boro é, essencialmente, uma das primeiras formas originais de "upcycling" têxtil.

 

Características do Boro:

  • Uso de retalhos: tecidos costurados uns sobre os outros, geralmente de algodão ou linho

  • Os remendos eram feitos no lado interno das peças, em uma tentativa de esconder os consertos realizados

  • Tons índigo: por questões históricas e práticas, o azul índigo predominava nos tecidos rurais japoneses

  • Textura rica: múltiplas camadas de tecidos com textura e padronagens diferentes criavam profundidade tátil e visual

 

Quando surgiu, a técnica tinha apenas um objetivo único funcional, de remendar tecidos. Porém, com o tempo adquiriu também uma função ornamental. Assim, os padrões de pontos e as composições de tecido foram se sofisticando e o modo como esses remendos eram compostos e fixados na peça original se tornaram de certa maneira uma forma de arte.


Detalhe de peça antiga japonesa, mostrando diversas camadas de retalhos sobrepostos, um autêntico trabalho Boro. Fonte: reprodução da internet (Favor entrar em contato para devidos créditos).
Detalhe de peça antiga japonesa, mostrando diversas camadas de retalhos sobrepostos, um autêntico trabalho Boro. Fonte: reprodução da internet (Favor entrar em contato para devidos créditos).

Uma colcha ou quimono Boro podia carregar retalhos de diferentes gerações, tornando-se um objeto de memória e afeto. Mais do que simples remendos, essas peças representavam uma forma orgulhosa de resistência: um testemunho da resiliência das famílias camponesas, que transformavam escassez em arte, com criatividade e dignidade.


Sashiko: Bordado Funcional e Poético


Se o Boro é a técnica de remendar com sobreposições de retalhos, o Sashiko é o alinhavo que dá sustentação e beleza a esses remendos. A primeira referência escrita à essa forma de costura data de 1788, quando já era um artesanato tradicional bem conhecido e renomado por sua beleza.


Também nascido da necessidade prática e da escassez, inicialmente o Sashiko era usado apenas para reforçar roupas de trabalho de trabalhadores rurais, pescadores, construtores e bombeiros, tornando-as mais duráveis e mais resistentes para proteger o corpo contra acidentes e contra o frio. Em muitos casos, o Sashiko era a costura que mantinha os pedaços de Boro no lugar, daí haver vários exemplares de peças com a combinação das duas técnicas. Por isso também, o fio usado geralmente era mais grosso que o fio de bordado comum, garantindo não apenas um forte contraste visual, mas também a durabilidade das peças reparadas. 


Exemplares de calçados e luvas antigos, bordados com a técnica Sashiko para maior durabilidade e proteção. Fonte: reprodução da internet (Favor entrar em contato para devidos créditos).


Sashiko (刺し子) significa literalmente "pequenas facadas", uma descrição adequada do cuidadoso ponto corrido, feita à mão, usando linha branca sobre um tecido geralmente no tom azul-escuro, de forma repetitiva e geralmente em linhas retas. 


1. Peça de colcha com retalhos Boro costurados com pontos do Sashiko original, em linha reta. 2. Detalhe de peça bordada com pontos Sashiko geométricos. Fonte: reprodução da internet (Pinterest).


Com o tempo, a tradição artesanal detalhista da cultura japonesa fez com que o Sashiko fosse se diferenciando de uma costura comum e se tornando uma técnica de bordado decorativo e funcional. Isso ocorreu através do enriquecimento da prática com a incorporação de traçados mais elaborados, se assemelhando a estampas, com motivos representativos do mundo natural, como fauna, flora, nuvens e ondas, além de desenhos geométricos simples e insígnias familiares.


Casaco tradicional japonês, com lado interno reforçado por bordado típico Sashiko (início do século XIX). Fonte: reprodução da internet (https://punk-coton.com/).
Casaco tradicional japonês, com lado interno reforçado por bordado típico Sashiko (início do século XIX). Fonte: reprodução da internet (https://punk-coton.com/).

Significado dos Padrões

Assim, essa costura simples se transformou em uma linguagem estética rica em simbolismo. Os padrões dos pontos iniciais foram se multiplicando e os modelos de bordados se sofisticaram, possibilitando a criação de desenhos incrivelmente detalhados.


Muitos dos padrões tradicionais do Sashiko carregam significados simbólicos profundos:

  • Seigaiha (ondas do mar): representa boas energias, tranquilidade e resiliência

  • Asanoha (folha de cânhamo): simboliza crescimento, saúde e proteção

  • Kikkō ou Shippo (casco de tartaruga): símbolo de longevidade

  • Hishi (diamante): usado para atrair proteção e força


Ilustração de padrões de bordados Sashiko conforme significados. Fonte: reprodução da internet (Favor entrar em contato para devidos créditos).
Ilustração de padrões de bordados Sashiko conforme significados. Fonte: reprodução da internet (Favor entrar em contato para devidos créditos).

Características do Sashiko:

  • Pontos retos e repetitivos: o mais tradicional é o ponto corrido (similar ao alinhavo), aplicado com espaçamento regular

  • Padrões geométricos: como ondas, cruzes, losangos, espirais e estrelas

  • Contraste visual: tradicionalmente, o bordado era feito com linha branca de algodão sobre tecido índigo

  • Integra função e estética: os pontos do Sashiko reforçam o tecido e criam desenhos simbólicos, alinhando utilidade e beleza.


Diferenças e Complementaridades entre os Dois


Como já falamos, embora frequentemente usados juntos, Boro e Sashiko são técnicas distintas, com propósitos e estéticas próprias:

Boro

Sashiko

Técnica de remendo e sobreposição

Técnica de bordado

Trabalha principalmente com retalhos

Trabalha principalmente com linhas

Foco na reutilização de materiais

Foco no reforço e decoração

Mais intuitivo e orgânico

Mais metódico e geométrico

Valoriza a aleatoriedade

Valoriza ritmo e padrão

Quando usados juntos, como em muitas peças antigas japonesas, o Boro e o Sashiko se complementam perfeitamente: um é a tela, o outro o desenho. Juntas, as duas técnicas formam uma dupla poderosa — unindo o improviso do conserto com a disciplina do bordado.


1. Exemplo de reparos Boro; 2. Tecnica de reforço com bordados Sashiko; 3. União de Boro e Sashiko para remendo e reforço dos tecidos. Fonte: reprodução da internet (Favor entrar em contato para devidos créditos).


O Renascimento do Boro e do Sashiko


Atualmente, peças originais antigas feitas com essas práticas, muitas com mais de 100 anos, são preservadas e exibidas em mostras de galerias de luxo e museus ao redor do mundo. Colecionadores particulares disputam a peso de ouro a aquisição de exemplares vendidos em leilões e antiquários, o que comprova a valorização universal dessas relíquias.


Coleção de quimonos Boro+Sashiko na exibição Japanese Aesthetics of Recycling (2023), na Brunei Gallery, em Londres. Fonte: reprodução da internet (https://kimwinter.co.uk/).
Coleção de quimonos Boro+Sashiko na exibição Japanese Aesthetics of Recycling (2023), na Brunei Gallery, em Londres. Fonte: reprodução da internet (https://kimwinter.co.uk/).

No contexto mais popular, em tempos de crise climática e excessiva tecnologia, o interesse por práticas sustentáveis, artesanais e significativas, em vários campos de criação e intervenção humana, vem se tornando um movimento crescente. O resgate de antigas tradições, de tempos mais criativos e manuais, entrou em moda e vem conquistando cada vez mais adeptos. No campo do artesanato, o retorno de práticas de artes têxteis ancestrais, como bordados, tingimento, crochê e outras, faz parte desse movimento e, com isso, o mundo voltou seus olhos também para estas técnicas japonesas remotas.   


Novos praticantes e exemplos de oficinas de artes têxteis japonesas em diferentes partes do mundo. Fonte: reprodução da internet (Favor entrar em contato para devidos créditos).


Em vários países começaram a aparecer oficinas para o ensino das técnicas Boro e Sashiko e as gerações mais novas se interessam agora pelo resgate de tradições familiares que vinham morrendo ao longo dos séculos. Novos padrões, pontos, materiais e misturas vão surgindo e mais formas de aplicação são criadas, aliando os padrões japoneses a intervenções ocidentais.

 

Técnicas japonesas em exemplos de novas formas de aplicação pelo mundo. Fonte: reprodução da internet (Favor entrar em contato para devidos créditos).


Atualmente, essas técnicas passaram a ser aplicadas não apenas para criar roupas, mas também para várias outras funções, estéticas ou funcionais. O que começou como necessidade tornou-se tendência — e hoje Boro e Sashiko estão em alta nos universos da moda, decoração, design e do faça você mesmo (DIY). Alguns exemplos de aplicações do Boro e do Sashiko em criações contemporâneas:


Na moda

Grandes marcas e estilistas independentes têm se inspirado nessas técnicas para criar novas linguagens visuais e também éticas. Peças com aparência "remendada" viraram símbolo de autenticidade e de consciência ecológica. Jaquetas jeans com Sashiko, calças com retalhos em Boro e camisas bordadas à mão unem estética e propósito.


Do street wear às passarelas da alta costura, o uso das tradições japonesas resgatadas na moda. Fonte: reprodução da internet (Favor entrar em contato para devidos créditos).


Na decoração

Peças feitas com essas técnicas levam textura e diferenciação para os ambientes. Almofadas, colchas, painéis e mantas com inspiração Boro ou bordados Sashiko transformam os espaços, trazendo o calor do artesanal e a personalidade do feito à mão.


  1. Painel suspenso com sobreposição de tapeçarias feitas com as técnicas japonesas. 2. Almofadas bordadas com a técnica Sashiko. Fonte: reprodução da internet (Favor entrar em contato para devidos créditos).


No artesanato consciente

Artesãos, ateliês e oficinas ao redor do mundo têm ensinado Boro e Sashiko como formas de empoderamento, meditação e educação ambiental. Reaproveitar, costurar e bordar tornaram-se também práticas de autocuidado e pertencimento.


Diversas maneiras de aplicar as artes do Boro e Sashiko em peças artesanais modernas. Fonte: reprodução da internet (Favor entrar em contato para devidos créditos).


Apropriação Cultural: entre a inspiração e o respeito


É importante levantar aqui uma questão delicada, mas necessária.


Com a popularização mundial do Boro e do Sashiko, algumas vozes dentro do Japão têm levantado preocupações sobre como essas técnicas estão sendo reinterpretadas fora de seu contexto cultural original. Artesãos e estudiosos tradicionais alertam que muitas práticas contemporâneas desconsideram os significados históricos, filosóficos e até espirituais por trás das técnicas — transformando o que era resistência em estética vazia.


Há quem defenda que o uso ocidental do Boro e do Sashiko, quando feito sem estudo ou respeito pela tradição, pode ser visto como uma forma de apropriação cultural. Isso acontece quando elementos dos costumes de um determinado povo são incorporados em outros locais apenas como uma tendência passageira, sem considerar seu contexto de origem, e sem a preocupação de fidelidade com a forma correta de execução das técnicas originais.


No entanto, há também quem veja na difusão dessas práticas uma chance de preservação e reconhecimento global. O que se espera é que esse intercâmbio seja feito com responsabilidade: estudando, reconhecendo e honrando os significados originais, e não apenas copiando a aparência.


Por isso, ao aprender ou aplicar essas técnicas, vale lembrar: cada ponto carrega história. E costurar com respeito é a melhor forma de honrar essa tradição.


Inspirações para Começar a Praticar


Para quem se interessa, aprender e experimentar essas técnicas têxteis japonesas pode ser um ótimo meio de criar um novo hobbie, se divertir e até como um meio de renda extra. Por que não?


A maravilha dessas técnicas está também na sua acessibilidade. Você não precisa ser um expert em costura para começar. É bem provável que em sua cidade você encontre uma oficina criativa de bordado japonês. Também a internet oferece vários tutoriais simples para você começar sua prática no Boro ou no Sashiko ou, quem sabe, nos dois?


E aqui vão algumas ideias de como trazer esse toque oriental para a sua vida:


1. Customização de Roupas

Aquela calça jeans furada ou camisa manchada pode ganhar nova vida com alguns retalhos e pontos visíveis. Use tecidos com texturas e cores que contrastem entre si para destacar os remendos.

    

Reparos e customização em peças de vestuário moderno são sucesso garantido! Fonte: reprodução da internet (Favor entrar em contato para devidos créditos).

 

2. Peças Decorativas

Criar almofadas, mantas ou painéis com estética Boro é uma maneira charmosa de incorporar esse visual em ambientes como sala, quarto ou ateliê. Essas peças trazem uma aura de aconchego, memória e autenticidade.


Ideias não faltam para aplicar as técnicas na decoração de qualquer ambiente. Fonte: reprodução da internet (Favor entrar em contato para devidos créditos).


3. Upcycling Afetivo

Sabe aquela camisa do avô, a colcha antiga da sua infância ou uma peça com valor emocional que já está desgastada? Você pode transformá-la em arte têxtil com Sashiko ou Boro. É uma forma de preservar memórias de maneira criativa e funcional. O que acha?

 

São várias as possibilidades para a recuperação de peças de valor sentimental desgastadas pelo tempo utilizando o Boro ou o Sashiko, ou os dois! Fonte: reprodução da internet (Favor entrar em contato para devidos créditos).


4. Bordado Meditativo

O Sashiko é, muitas vezes, descrito como uma prática meditativa. O movimento repetitivo da agulha, a concentração nos padrões e a beleza do resultado tornam o bordado uma forma de desacelerar e se reconectar com o presente.


É possível perde-se no tempo e relaxar praticando as técnicas japonesas para os tecidos. Fonte: reprodução da internet (Favor entrar em contato para devidos créditos).
É possível perde-se no tempo e relaxar praticando as técnicas japonesas para os tecidos. Fonte: reprodução da internet (Favor entrar em contato para devidos créditos).

 Remendar é Resistir!

Em meio a uma era de produção em massa, as técnicas de Boro e Sashiko propõem um caminho diferente: ao invés de comprar, reutilizar, modificar, ressignificar.


Sashiko e Boro — a história de um povo costurada à mão. Fonte: reprodução da internet (Favor entrar em contato para devidos créditos).

 

Essas tradições têxteis acolhem o desgaste, celebram o tempo e transformam o comum em extraordinário. Elas não apenas nos conectam ao passado, mas também nos ensinam a valorizar o trabalho manual, a criatividade e o cuidado com nossos recursos. Através desse tradicional artesanato japonês, aprendemos que consertar é um ato de carinho. Que bordar é uma forma de meditar. Que cada ponto, cada camada, carrega história e beleza. Ao olhar para um tecido rasgado ou uma peça esquecida, podemos enxergar ali várias novas possibilidades.


Incorporar essas práticas no dia a dia é, no fundo, um gesto de amor — pelas nossas coisas, pela nossa história e pelo planeta, além de uma excelente forma de passar o tempo, exercitar o cérebro e ainda obter lindas peças ‘novas’, sem gastar nada!

 

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